A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) está revisando a regulamentação sobre
medicamentos isentos de receita médica. A agência formou um grupo de trabalho
em janeiro para analisar a questão. Desde sexta-feira, as farmácias no Estado
de São Paulo estão liberadas para vender esse tipo de remédio em áreas
acessíveis ao consumidor, segundo lei votada pela Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo. Até então, eles ficavam atrás do balcão.
A medida promulgada pela assembleia contraria a resolução nº 44/09 da Anvisa.
Ela diz que todo tipo de medicamento deve ficar acessível somente a
funcionários. O Rio de Janeiro tem, desde 2010, uma lei idêntica à aprovada em
São Paulo, que permite às farmácias oferecer esse tipo de produto em área de
circulação comum, ou seja, fora do balcão.
Para o presidente-executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e
Drograrias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, a restrição adotada pela Anvisa
prejudica o consumidor.
Segundo Barreto, ter que pedir um medicamento ao farmacêutico pode inibir a
comparação de preços, por exemplo. Para ele, a obrigação de fazer o pedido a um
profissional, para que o cliente receba também orientação, tem efeito mais
ideológico do que prático. "Quem deseja informação, pergunta", diz.
Barreto é integrante do grupo de discussão formado pela Anvisa.
Para o presidente da rede farmacêutica Pague Menos, Deusmar Queirós, a lei
aprovada pela assembleia paulista "corrige um erro" no setor. Segundo
ele, a população já está familiarizada com esse tipo de remédio e, portanto, o
risco do mau uso seria pequeno. "Tem sentido eu botar um descongestionante
nasal atrás do balcão? Não tem", diz.
Queirós afirma que as unidades do grupo Pague Menos em São Paulo já estudam
quais produtos colocarão nos espaços de circulação. O presidente da rede, que
tem 518 lojas pelo Brasil, diz acreditar que a restrição da Anvisa cairá também
no restante do país.
Veículo: Valor Econômico
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