Jornal Valor Econômico
14 de Agosto de 2013
A EMS, maior farmacêutica de capital nacional, ganhou a concessão para administrar o laboratório da Furp (Fundação para o Remédio Popular), instalado em Américo Brasiliense (SP), que pertence ao governo do Estado de São Paulo. Essa concessão é válida por 15 anos. A fábrica da Furp, instalada em Guarulhos (Grande São Paulo), não foi incluída nessa operação.
Maior laboratório público de medicamentos do Brasil e uma dos maiores da América Latina, a Furp decidiu fazer uma Parceria Público Privada (PPP) para garantir maior eficiência à sua unidade instalada no interior de São Paulo. Ao Valor, o superintendente da Furp, Flávio Vormittag. afirmou que a EMS terá de investir R$ 130 milhões na fábrica nos próximos cinco anos, quando essa unidade deverá estar em plena operação. "A EMS vai ter de investir em funcionários, em matéria-prima e entregar o medicamento dentro da caixa para a Furp", disse. Pelo menos metade desse investimento terá de ser feito no primeiro ano de operação.
Segundo Vormittag, a farmacêutica deverá assumir a gestão ainda neste segundo semestre. "Eles vão produzir uma cesta de 96 medicamentos nos próximos sete anos." O laboratório de Américo Brasiliense foi inaugurado em 2009. "Por ser uma estrutura pública, essa fábrica ainda tem dificuldade para operar de forma plena. A parceria com um dos maiores laboratórios do país vai nos garantir maior agilidade", disse. Com o novo parceiro, a fábrica será mais competitiva, ao atingir sua plena operação, e com registro de novos medicamentos.
A abertura dos envelopes da concorrência aconteceu no dia 22 de julho, na unidade de Guarulhos. O processo previa a contratação de concessão administrativa para gestão, operação e manutenção, com fornecimento de bens e realização de obras para adequação da infraestrutura existente na unidade de Américo Brasiliense. Durante a sessão, apenas a empresa EMS apresentou proposta. Representantes das empresas Eurofarma e Cristália participaram, mas não deram prosseguimento ao processo, informou a Furp. Procurada, a EMS não comentou o assunto.
O governo do Estado de São Paulo comprará toda a produção da EMS de Américo Brasiliense. Por ano, o governo gasta cerca de R$ 230 milhões com esses medicamentos. A expectativa é de que a farmacêutica nacional garanta uma receita cativa de cerca de R$ 2,5 bilhões nos próximos 15 anos por meio dessa PPP.
A estimativa da Furp é que sejam produzidas 1,26 bilhão de unidades farmacotécnicas. "Todos os medicamentos serão genéricos", afirmou Vormittag.
A unidade da Furp encerrou o ano passado com mais de 150 milhões de unidades farmacotécnicas produzidas de Captopril, medicamento utilizado no tratamento da hipertensão. O medicamento atende os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do programa Dose Certa.
Fundada em 1974, a Furp vai se dedicar a produzir medicamentos mais complexos na sua unidade de Guarulhos. Nessa fábrica, a estatal tem um portfólio com mais de 70 medicamentos. "Temos fechado com o governo federal parcerias de desenvolvimento produtivo e vamos nos dedicar a isso", disse Vormittag.
Mônica Scaramuzzo
Fonte:
ABIQUIF - Clipping
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