Jornalistas:
Dana Mattioli e Dana Cimilluca, The
Wall Street Journal
Dana Mattioli e Dana Cimilluca, The
Wall Street Journal
O mercado de fusões e
aquisições mais movimentado dos últimos anos acelerou ainda mais esta semana, quando empresas fortalecidas por
ações em alta anunciaram mais de US$ 100 bilhões em
compras de rivais.
Um par de transações monumentais empurrou o mercado
global de fusões e
aquisições acima da marca de US$ 3 trilhões no
acumulado do ano, um sinal de que a onda de compras continua forte apesar da
volatilidade recente do mercado, da regulamentação mais rígida e do colapso de
algumas tentativas de fusão. No maior negócio anunciado este ano, a Actavis PLC
concordou em comprar a Allergan Inc., fabricante do Botox, por US$ 66 bilhões,
e a prestadora de serviços de petróleo Halliburton Co. selou a compra da rival
Baker Hughes Inc., por US$ 34,6 bilhões.
O volume das transações anunciadas globalmente até
agora neste ano, de US$ 3,1 trilhões, já supera o registrado em qualquer ano
completo desde 2007, segundo a firma de dados Dealogic.
Negociadores de fusões e aquisições apontam para uma
série de fatores que vêm estimulando as operações, inclusive crédito barato e a
alta das ações – ambos impulsionados pelas políticas de afrouxamento monetário
do Federal Reserve, nos Estados Unidos, e de outros bancos centrais em todo o
mundo que lutam contra o fraco crescimento econômico.
O aumento da atividade de compras é uma boa notícia
para os bancos de investimento e escritórios de advocacia que assessoram as
empresas nas transações, muitas vezes cobrando comissões que alcançam dezenas
de milhões de dólares.
Geralmente, os bancos recebem uma percentagem do
volume total do acordo. Assim, quanto maior o negócio, maior a comissão.
Em 2014, a receita com assessoria a fusões gerada
mundialmente pelos bancos atingiu US$ 17,7 bilhões, 14% a mais que no mesmo
período do ano passado, de acordo com a Dealogic.
As ações em alta dão aos executivos a confiança
necessária para fazer compras ousadas, especialmente quando os acordos são
pagos, ao menos em parte, com ações do comprador, como foi o caso da Actavis e
da Halliburton.
As aquisições são particularmente atraentes hoje
porque elas propiciam uma
redução nos custos em meio à desaceleração econômica.
Os dois grandes negócios anunciados na segunda-feira
devem gerar em torno de US$ 2 bilhões em reduções de custos graças a sinergias.
"Os líderes executivos estão dizendo agora: 'Se posso adquirir essa
empresa e posso usar minhas ações na compra, farei um bom negócio", diz
Joseph Perella, um experiente executivo do setor em Wall Street. "E a
empresa vendedora pensa: 'Posso conseguir um bom preço e nenhuma árvore cresce
para sempre.'"
Perella, um dos fundadores da consultoria de fusões
Perella Weinberg Partners, prevê que a atual atividade de acordos vai durar
pelo menos mais 6 a 12 meses.
Depois disso, uma série de fatores, incluindo a
aproximação da eleição presidencial de 2016 nos EUA, tornará mais difícil fazer
previsões acertadas, diz ele.
O mercado de fusões e aquisições vive um boom. A
atividade global deste ano já representa um salto de 32% em relação ao total do
ano passado, segundo a Dealogic. Mas demorou um bom tempo para que os acordos
voltassem, já que a crise financeira colocou um freio nas ambições de muitas
empresas. Só este ano elas recuperaram a confiança para aproveitar os juros
baixos e um mercado de capitais favorável e se expandir por meio de fusões.
Muitas apontam para a recepção calorosa dada pelos
investidores a muitos anúncios de acordos, incluindo aqueles que detêm ações na
empresa compradora, um grupo tradicionalmente mais cético sobre as transações.
Investidores ativistas também vêm atuando como
catalisadores de fusões e
aquisições, exigindo que algumas empresas se coloquem
à venda.
Em abril, William Ackman, da Pershing Square Capital
Management LP, divulgou que havia acumulado uma participação de 9,7% na
Allergan. Em seguida, a Pershing Square se juntou à farmacêutica canadense
Valeant Pharmaceuticals International Inc. numa tentativa de adquirir a
Allergan. Seus esforços parecem ter fracassado com o acordo da Allergan para
ser vendida para a Actavis.
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