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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

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Jornal O Globo
27 de janeiro de 2015


Proteína do café alivia dor e ansiedade, revela pesquisa brasileira

Pesquisadores da Embrapa e da Universidade de Brasília (UnB) descobriram fragmentos de proteína (peptídeos) no café com efeito similar ao da morfina, apresentando qualidades analgésicas e ansiolíticas. E seus efeitos duraram seis vezes mais. Os experimentos foram feitos com camundongos.

ATÉ QUATRO HORAS

Sob a coordenação do pesquisador Carlos Bloch Júnior, o estudante Felipe Vinecky descreveu as propriedades das moléculas em sua tese de doutorado, desenvolvida no Departamento de Biologia Molecular da UnB e na Embrapa. Ele identificou os peptídeos quando procurava genes de café associados à melhora na qualidade do produto, num projeto da Embrapa com o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento ( Cirad, na sigla em francês).

— A morfina é um alcaloide, uma molécula pequena que age no sistema nervoso central inibindo a dor. Após 40 minutos, ela é metabolizada, seu efeito para, e os pacientes voltam a sentir dor — explica Vinecky. — Já esses peptídeos têm efeito de até quatro horas.

Além disso, nos testes com os camundongos, não foram registrados efeitos colaterais, enquanto a morfina pode causar, entre outros problemas, a dependência, de acordo com Vinecky.

— Os fragmentos da proteína podem ser usados não só para evitar dor, como também regulam a ansiedade, ajudando até a emagrecer — acrescenta o especialista. — Eles poderiam ser utilizados no gado que vai ser submetido ao abate, que passa por estresse.

SEQUENCIAMENTO

O sequenciamento do genoma do café, capitaneado em 2004 pelo pesquisador Alan Andrade, da Embrapa, resultou num banco de dados com mais de 200 mil sequências gênicas, das quais cerca de 30 mil já estão identificadas.

O pedido de patente de sete peptídeos identificados no estudo foi encaminhado ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).






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