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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

DESCARTE DE MEDICAMENTOS: UM NOVO NEGÓCIO

SnifBrasil:

Definido como prioritário para a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – lei que prevê a redução na geração de resíduos e a destinação ambientalmente adequada de rejeitos –, o descarte de medicamentos domésticos cria novas oportunidades de negócio no País. 

Empresas brasileiras jovens, como a BHS Brasil Health Service e a Ecofármacos, apostam na logística reversa e já colhem bons resultados. Já a americana Stericycle chega com apetite voraz, tendo adquirido 27 empresas em menos de três anos de presença em território nacional. 

A empresa de equipamentos para a área de saúde BHS Brasil Health Service iniciou em novembro de 2010 o projeto Descarte Consciente e já tem seus coletores de medicamentos implantados em 11 estados, em lojas de grandes redes do varejo, como Panvel, Walmart, Droga Raia e Carrefour. "Em mais de 120 cidades, há mais de 330 pontos de coleta; nestes dois anos coletamos 27 toneladas de medicamentos e 12 toneladas de embalagens", conta o pesquisador e coordenador acadêmico da BHS, Joe Roseman. 

No ponto de coleta, o consumidor leva seus medicamentos para descarte, passa os produtos para leitura de código barras e recebe instruções para rasgar bula e embalagem. Comprimidos e pomadas são descartados em uma urna, e líquidos e sprays, em outra. Quando as urnas estão cheias, o farmacêutico lacra e pesa o lote, e as informações quanto ao conteúdo são enviadas a um servidor. A empresa de coleta então recolhe o material para levá-lo à sua destinação final, que varia de acordo com o município. Em São Paulo, por exemplo, ele é incinerado; em Porto Alegre, é destinado a aterros sanitários classe I. 

"Enquanto não houver uma legislação federal contundente, os estados e municípios vão se adaptando na medida de suas possibilidades. Hoje são mais de 120 os que implementaram, mas o Brasil tem 5.565 municípios", diz Roseman, sobre o potencial de expansão do negócio. O modelo ainda não é lucrativo, nem há uma meta recuperação do investimento inicial. "Até o momento investimos mais de R$ 1 milhão e o programa vem crescendo, movimentando valores interessantes, mas ainda não trouxe lucro", afirma o pesquisador. Segundo ele, além de ser referência para a implantação da logística reversa de medicamentos no Brasil, a empresa já foi procurada por dois países para apresentar o modelo. 

Coprocessamento 

O aproveitamento dos resíduos de medicamentos na produção de cimento é uma alternativa à incineração e ao descarte em aterros sanitários. A Ecoblending surgiu em 2007 para atender à cimenteira Cimpor (hoje parte do grupo Camargo Corrêa), fazendo o gerenciamento e transporte de resíduos perigosos utilizados no coprocessamento. Em dezembro de 2011, foi criada uma nova unidade industrial para atender especificamente à indústria farmacêutica, de cosméticos e de higiene e limpeza goiana. 

"No coprocessamento, parte do combustível utilizado no forno que transforma calcário e argila em clínquer, matéria-prima do cimento, é substituída por resíduos de outros setores industriais", explica a gerente-técnica Larissa Velho. "Com a unidade especializada aumenta a segurança quanto à destinação adequada; nós conseguimos fazer a restituição fiscal de produtos que foram comercializados e tiveram que ser devolvidos por causa de validade, por exemplo", conta o diretor-executivo da Ecofármacos, Sérgio Roriz de Oliveira. 
FONTE: Jornal DCI – SP

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