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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Colômbia pode ser chave para tratar o Alzheimer ( Valor Econômico )

Colômbia pode ser chave para tratar o Alzheimer ( Valor Econômico )

Jornalista: Sara Schaefer Muñoz, The Wall Street Journal

29/04/2015 - El Retiro, uma cidade no norte da Colômbia, é o lar de Gudiela, uma amável mãe de dois filhos que, segundo pesquisadores, poderia ser a chave da cura da doença de Alzheimer.

Gudiela, que tem 47 anos, faz parte de uma família cujos membros, devido a um traço genético que remonta a centenas de anos, têm alta probabilidade de possuir um gene que leva a uma forma prematura da doença que pode provocar demência total já aos 45 anos.

Ela é uma das várias centenas de participantes de um acompanhado teste clínico de um remédio da Roche Holding AG. Orçado em US$ 100 milhões, o experimento tornou essa remota região da Colômbia um centro improvável da batalha mundial contra o Alzheimer.

O estudo, financiado pela unidade americana da Roche, a Genentech, os Institutos Nacionais da Saúde dos Estados Unidos e um braço do Instituto Banner de Alzheimer na cidade americana de Phoenix, é um dos esforços mais recentes da indústria farmacêutica de testar uma antiga teoria: que a formação de placas de amiloides no cérebro é a causa principal do Alzheimer. Espera-se que a droga da Roche possa impedir ou retardar o processo de formação do amiloide ou a cadeia de eventos que leva a ela.

A indústria farmacêutica já gastou bilhões de dólares testando remédios que atacam o amiloide, mas teve pouco sucesso até hoje. A aposta num tratamento iniciado num estágio anterior ganhou força em março, quando uma droga da Biogen Idec Inc. para combater o amiloide retardou o declínio cognitivo num pequeno estudo com doentes das formas iniciais ou mais brandas de Alzheimer.

Os defensores da teoria do amiloide acreditam que os testes anteriores falharam porque foram conduzidos com pacientes num estágio muito avançado de Alzheimer. No experimento da Colômbia, os pesquisadores esperam obter resultados melhores ao começar o tratamento mais cedo - antes do surgimento de sintomas e de danos severos ao cérebro em pessoas com alta probabilidade de desenvolver a doença.

O estudo "é amplamente visto como um divisor de águas e o teste quase perfeito da hipótese do amiloide", diz Murali Doraiswamy, um destacado pesquisador do Alzheimer no Instituto Duke das Ciências do Cérebro. Ele não está envolvido no experimento.

Gudiela não sabe se ela é portadora do gene, mas diz que é impossível não pensar nisso quando pega a chave errada do carro ou esquece um compromisso. Os pesquisadores pediram que o nome completo dela não fosse revelado para evitar estigmatizar a família ou comprometer o estudo, que começou em 2013. Os resultados finais estarão disponíveis quando o último participante completar cinco anos no experimento, por volta de 2020, dizem os pesquisadores. Uma análise preliminar, que pode não ser divulgada publicamente, será conduzida antes. "É importante que possamos achar uma cura para nossa família, meus filhos e meus netos", diz Gudiela.

Se as injeções antiamiloide aplicadas durante o estudo conseguirem impedir a formação das placas e os sintomas do Alzheimer, a prevenção pode estar próxima, dizem especialistas.

A ideia de um estudo amplo e ambicioso foi concebida graças aos trabalhos do colombiano Francisco Lopera, neurologista da Universidade de Antioquia que por 30 anos vem tentando desvendar o mistério dessa forma agressiva de Alzheimer, comum nessa parte do país.

Após tratar um caso impressionante, em 1984, de um homem de 47 anos com demência extrema, Lopera deu início à meticulosa - e por vezes comovente - tarefa de encontrar outros que sofrem com sintomas semelhantes. Ele passou anos compilando um banco de dados com 4.300 pessoas de famílias geneticamente propensas à doença. Lopera, que tem 63 anos, também começou o delicado trabalho de obter doações de cérebros das famílias dos doentes. Ele já coletou 250 e os mantém congelados para estudo no "banco de cérebros" da universidade.

"O que ele fez no sentido de identificar esse conjunto de famílias é um feito monumental", diz Mike Varney, chefe de pesquisa da Genentech. Segundo ele, o estudo não teria sido possível sem o trabalho de Lopera na região, já que todos os participantes vieram do banco de dados do neurologista.

Na grande maioria dos casos, as pessoas carregam os genes que as tornam susceptíveis a ter Alzheimer, mas isso não garante que vão desenvolver a doença. A pesquisa de Lopera abrange apenas pessoas que possuem uma das mutações do gene, E280A Presenilin-1, que garante que elas desenvolverão o Alzheimer precocemente. Isso torna essas pessoas um grupo de teste perfeito: já que é certo que elas desenvolverão o Alzheimer, elas vão mostrar a eficácia da droga antiamiloide, crenezumab, para frear a doença.

O estudo envolve cerca de 300 pessoas, sendo pouco mais de 200 portadoras da mutação genética. Metade dessas 200 vai receber a droga e metade, placebo. As outras 100 não têm a mutação genética e receberão placebo.

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