Data: 23/06/2014
Fonte: Portal O Globo
RIO - Desde a descoberta da penicilina por Alexander Fleming, em 1928, os antibióticos se tornaram a principal arma da Humanidade na luta contra infecções bacterianas que até então podiam ser fatais. Mas o uso excessivo e muitas vezes inadequado deste tipo de remédio em humanos e animais nas últimas décadas acelerou o surgimento das chamadas “superbactérias”, micro-organismos resistentes a todos ou à maior parte dos medicamentos hoje disponíveis, cuja última grande classe foi desenvolvida ainda nos anos 80.
Isto fez a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertar em relatório recente para o crescente risco de enfrentarmos uma “era pós-antibióticos, em que infecções comuns e pequenos ferimentos que têm sido tratáveis há décadas podem mais uma vez serem mortais”. Agora, porém, pesquisadores encontraram o que acreditam ser um possível “calcanhar de Aquiles” em uma das principais famílias de bactérias, conhecidas como gram-negativas, que não só abre caminho para a criação de toda uma nova classe de antibióticos como uma contra a qual estes micro-organismos não conseguiriam desenvolver resistência.
Uma das principais características das bactérias gram-negativas é a presença de uma membrana externa de gordura. Protegidos por esta armadura impermeável, micro-organismos perigosos causadores de males que vão de diarreias à meningite, passando por problemas respiratórios e infecções urinárias, conseguem resistir aos ataques do sistema imune e mesmo dos antibióticos. A maneira como as bactérias gram-negativas constroem esta barreira, no entanto, permanecia um mistério para os cientistas, e este foi o alvo dos pesquisadores liderados por Changjiang Dong, professor da Escola de Medicina da Universidade de East Anglia, no Reino Unido.
- Identificamos o caminho e o portão usado pelas bactérias para transportar os tijolos de construção da barreira para sua superfície externa. Mais importante ainda, demonstramos que as bactérias morreriam se este portão for trancado – conta Dong. - Isto é realmente importante porque as bactérias resistentes são um problema de saúde global. Muitos dos antibióticos atuais estão se tornando inúteis, o que provoca centenas de milhares de mortes a cada ano. E o número de superbactérias está crescendo a um ritmo inesperado. O que esta pesquisa fornece é uma nova plataforma para criação de uma nova geração de remédios que precisamos com urgência.
Outra vantagem da descoberta do mecanismo é que os possíveis futuros antibióticos poderiam se focar em destruir apenas a armadura das bactérias, não interagindo com os micro-organismos em si e assim dificultando o desenvolvimento de alguma resistência, destaca Haohao Dong, estudante de doutorado na universidade britânica e principal autor de artigo sobre a pesquisa, publicado na edição desta semana da revista “Nature”.
- O que é realmente excitante nesta pesquisa é que as novas drogas poderão ter como alvo a barreira protetora em torno da bactéria no lugar da bactéria em si – explica. - E como os novos remédios não precisarão entrar na própria bactéria, temos esperanças de que as bactérias não serão capazes de desenvolverem resistência a eles no futuro.
Isto fez a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertar em relatório recente para o crescente risco de enfrentarmos uma “era pós-antibióticos, em que infecções comuns e pequenos ferimentos que têm sido tratáveis há décadas podem mais uma vez serem mortais”. Agora, porém, pesquisadores encontraram o que acreditam ser um possível “calcanhar de Aquiles” em uma das principais famílias de bactérias, conhecidas como gram-negativas, que não só abre caminho para a criação de toda uma nova classe de antibióticos como uma contra a qual estes micro-organismos não conseguiriam desenvolver resistência.
Uma das principais características das bactérias gram-negativas é a presença de uma membrana externa de gordura. Protegidos por esta armadura impermeável, micro-organismos perigosos causadores de males que vão de diarreias à meningite, passando por problemas respiratórios e infecções urinárias, conseguem resistir aos ataques do sistema imune e mesmo dos antibióticos. A maneira como as bactérias gram-negativas constroem esta barreira, no entanto, permanecia um mistério para os cientistas, e este foi o alvo dos pesquisadores liderados por Changjiang Dong, professor da Escola de Medicina da Universidade de East Anglia, no Reino Unido.
- Identificamos o caminho e o portão usado pelas bactérias para transportar os tijolos de construção da barreira para sua superfície externa. Mais importante ainda, demonstramos que as bactérias morreriam se este portão for trancado – conta Dong. - Isto é realmente importante porque as bactérias resistentes são um problema de saúde global. Muitos dos antibióticos atuais estão se tornando inúteis, o que provoca centenas de milhares de mortes a cada ano. E o número de superbactérias está crescendo a um ritmo inesperado. O que esta pesquisa fornece é uma nova plataforma para criação de uma nova geração de remédios que precisamos com urgência.
Outra vantagem da descoberta do mecanismo é que os possíveis futuros antibióticos poderiam se focar em destruir apenas a armadura das bactérias, não interagindo com os micro-organismos em si e assim dificultando o desenvolvimento de alguma resistência, destaca Haohao Dong, estudante de doutorado na universidade britânica e principal autor de artigo sobre a pesquisa, publicado na edição desta semana da revista “Nature”.
- O que é realmente excitante nesta pesquisa é que as novas drogas poderão ter como alvo a barreira protetora em torno da bactéria no lugar da bactéria em si – explica. - E como os novos remédios não precisarão entrar na própria bactéria, temos esperanças de que as bactérias não serão capazes de desenvolverem resistência a eles no futuro.
Fonte Web:
Epharma - Arsenal reforçado na luta contra as superbactéri
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