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terça-feira, 3 de março de 2015

Sindusfarma - Sindusfarma alerta para conjuntura setorial difícil em reportagem no Valor e artigo no Correio Braziliense

Sindusfarma alerta para conjuntura setorial difícil em reportagem no Valor e artigo no Correio Braziliense



Em reportagem no Valor Econômico desta terça-feira 3 e artigo no Correio Braziliense da segunda-feira 2, o Sindusfarma chama a atenção de autoridades, opinião pública e da própria indústria farmacêutica para a difícil situação que o setor enfrentará em 2015.

As mudanças na regra de reajuste anual de preços dos medicamentos e na desoneração da folha de pagamento, somadas aos primeiros indicadores de desaceleração da atividade, apontam para um quadro “preocupante”, segundo o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini.

"O setor vinha com crescimento consistente nos últimos anos e, agora, acreditamos que será difícil alcançar a inflação [entre 7% e 7,5%]", afirmou Mussolini ao Valor. "O setor industrial farmacêutico vai rever planos de investimento e deve cortar vagas", acrescentou.

No artigo publicado no Correio Braziliense, o Sindusfarma adverte para a conjunção de dois fatores negativos: queda de rentabilidade e de faturamento (pela primeira vez em uma década).

“Desde 2011 a rentabilidade dos laboratórios vem caindo. A tendência sempre foi preocupante, mas era compensada por sucessivos aumentos de receita”, escreve Mussolini no Correio.

“[Agora] os custos de produção tendem a subir ainda mais. Em 2014, cresceram 15% em média. Este ano, algumas empresas já estimam gastos 20% maiores em insumos (na maioria importados, submetidos à variação cambial de 44% entre janeiro de 2012 e janeiro de 2015) e materiais de embalagem. Sem falar na pressão salarial, que está insuportável”.

Leia abaixo as íntegras dos textos.

Laboratórios cortam previsão de expansão e podem demitir

Veículo: Valor Econômico

Jornalista: Stella Fontes

Duas medidas anunciadas na sexta-feira pelo governo jogaram um balde de água fria nas expectativas e planos da indústria farmacêutica para este ano. Tanto a Medida Provisória 669, que alterou a desoneração da folha de pagamentos, quanto as mudanças nas regras para o cálculo do reajuste de medicamentos, segundo o Sindusfarma, entidade que representa 190 empresa ou cerca de 90% do mercado nacional, colocaram em risco o nível de investimentos e emprego no setor, levaram à redução da expectativa de crescimento neste ano e podem reduzir o nível de descontos concedidos ao consumidor.

De acordo com o presidente do sindicato, Nelson Mussolini, grandes empresas já indicaram que vão fechar postos de trabalho e sinalizaram cortes de até 50% nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. "Esse será um ano preocupante. O setor vinha com crescimento consistente nos últimos anos e, agora, acreditamos que será difícil alcançar a inflação [entre 7% e 7,5%]", afirmou Mussolini. "O setor industrial farmacêutico vai rever planos de investimento e deve cortar vagas", acrescentou.

Inicialmente, a indústria trabalhava com expectativa de expansão de 9,5% a 10% sobre vendas no varejo farmacêutico de R$ 65,8 bilhões no ano passado, valor que não considera os descontos concedidos. Essa previsão já embutia desaceleração em relação ao ritmo de crescimento do ano passado, de mais de 13% frente a 2013, provocada pelo momento complicado que atravessa a economia brasileira. O cenário, porém, se deteriorou com os anúncios de sexta-feira.

O setor farmacêutico, que antes recolhia 1% do faturamento como contribuição à Previdência Social, passará a pagar 2,5% da receita bruta, um aumento de 150%. Ao mesmo tempo, a expectativa é a de que o percentual de reajuste dos medicamentos, que deve ser anunciado no dia 31pelo Ministério da Saúde, fique abaixo da inflação - o próprio ministério já indicou que o aumento médio será inferior.

Conforme Mussolini, não é possível antecipar qual será a média ponderada de reajuste, "mas certamente ficará abaixo do INPC". Historicamente, essa média é dois pontos percentuais inferior à inflação, disse. A linha de custos da indústria subiu acima dos índices oficiais. O levantamento mais recente do Sindusfarma sobre custos da indústria indica alta de 18% em 2014, puxada por mão de obra e variação cambial, que incide principalmente sobre os insumos farmacêuticos importados, que respondem por cerca de 90% do consumo da indústria nacional.

A matriz insumo-produto prevista no fator "y" da fórmula de preços do governo, acrescentou Mussolini, distorce a realidade da indústria. Neste ano, o cálculo ainda vai considerar dados de 2005, quando a média de importados era de 15%. "O aspecto positivo da medida é a promessa do governo de conferir maior transparência e previsibilidade ao reajuste de medicamentos", ponderou, referindo-se à publicidade que o governo deu ao método aplicado para o cálculo do fato "x", que considera a produtividade do setor.

Outra variável da fórmula, o fator "z", incorpora índices internacionais mais atualizados para medição da concorrência no setor. "O ministério falou em redução de R$ 100 milhões por ano no do gasto no mercado de medicamentos, mas não sabemos como esse número foi calculado. Se retiramos somente 2,7% de produtividade, esse valor é muito maior", disse.

Diante desse cenário, é provável que a indústria reduza o ritmo de descontos concedidos, com vistas a mitigar uma parte do impacto das medidas nas margens de lucro do setor, acrescentou Mussolini.

Artigo: Nova realidade

Veículo: Correio Braziliense

Autor: Nelson Mussolini

Os anos de ouro da indústria farmacêutica podem estar chegando ao fim. A perspectiva assusta, pois pela primeira vez em uma década o setor se vê diante da conjunção de dois fatores negativos: queda de rentabilidade e de faturamento.

Desde 2011 a rentabilidade dos laboratórios vem caindo. A tendência sempre foi preocupante, mas era compensada por sucessivos aumentos de receita. Em 2014, a indústria farmacêutica cresceu 13%. Faturou R$ 65,7 bilhões (considerando-se o preço fábrica com desconto médio, o valor diminui para R$ 41 bilhões), com 3 bilhões de embalagens vendidas.

Agora, a situação é outra. Um dos poucos setores da economia que estava crescendo não repetirá o desempenho este ano, de acordo com os primeiros dados disponíveis. Trata-se de indicador importante, medido por setor muito sensível à renda da população. Num cenário de incerteza e retração econômica, o consumidor costuma ir à farmácia e comprar apenas parte dos medicamentos prescritos pelo médico, gerando outros custos para o sistema de saúde e as empresas. Mais do que uma questão setorial, é a luz amarela da economia piscando.

Na outra ponta, os custos de produção tendem a subir ainda mais. Em 2014, cresceram 15% em média. Este ano, algumas empresas já estimam gastos 20% maiores em insumos (na maioria importados, submetidos à variação cambial de 44% entre janeiro de 2012 e janeiro de 2015) e materiais de embalagem (plástico, alumínio e papelão). Sem falar na pressão salarial, que está insuportável.

Junte-se a esse contexto a crise hídrica e de energia. Ainda que os laboratórios tenham sistemas próprios de reúso de água e geração de eletricidade, o impacto da escassez nos preços de insumos, como o alumínio, certamente pressionará os custos. Delineia-se quadro parecido e igualmente adverso ao vivido pela indústria farmacêutica de 1998 a 2003, quando a rentabilidade caiu e o endividamento subiu.

Naquela oportunidade, análise realizada pela Fundação Getulio Vargas, com base nos balanços patrimoniais de 42 laboratórios, constatou que o endividamento das indústrias saltara de 54,4% para 122,3%, enquanto o faturamento líquido (lucro) despencara de 13% (1998) para -4% (2002). Ou seja, o lucro desapareceu.

Conclusão da FGV: o desempenho negativo do setor se devia principalmente à defasagem entre os reajustes de preços de medicamentos concedidos pelo governo e o aumento nos custos de bens e serviços.

O diagnóstico não mudou desde então. Além de ser o único setor da economia submetido ao
controle de preços — à exceção das concessionárias de serviços públicos —, a indústria farmacêutica é regida por fórmula de reajuste que impede a reposição de custos e penaliza os ganhos de produtividade. Em 2014, ante aumento médio dos custos de produção das empresas de 13% a 18% no ano anterior, o governo autorizou um reajuste médio de 3,52%.

Entre 2006 a 2013, para reajuste de preços acumulado de 35,76%, a inflação geral atingiu 49,13% (INPC) e os aumentos de salário concedidos pelo setor somaram 67,77%.

Fica evidente que o modelo de regulação econômica do mercado farmacêutico precisa ser revisto. E não apenas para garantir o equilíbrio econômico- financeiro das empresas. O modelo deve mudar para contemplar também a correta remuneração dos investimentos em Pesquisa &Desenvolvimento — condição indispensável para o futuro da indústria farmacêutica instalada no país. Muito se fala em inovação, mas falta oferecer os instrumentos para tal.

Conquistada a maioridade em termos de abrangência e de competitividade nos mercados interno e externo e de qualidade dos medicamentos — o parque produtivo brasileiro se equipara aos melhores do mundo —, o grande desafio agora é ingressar de forma consistente no circuito global da inovação. Meta que, para ser alcançada, exige regulação que dê conta da realidade setorial e estimule os empreendedores a assumir riscos e a realizar os altos investimentos que o complexo processo de criar medicamentos requer.


Sindusfarma

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